O ácido úrico é uma substância produzida naturalmente pelo corpo. Os níveis de ácido úrico no sangue sofrem variação de acordo com essa produção do organismo, ou por conta do consumo de determinados medicamentos.
Quando a taxa de ácido úrico está muito elevada, há o que se chama de hiperuricemia. Nesse caso, pequenos cristais de urato de sódio se formam e ficam depositados em diversas regiões do corpo, principalmente nos rins, nas articulações ou sob a pele.
Qual a relação do ácido úrico com problemas cardiovasculares
O Instituto do Coração de São Paulo, em seus estudos mais recentes, descobriu que níveis elevados de ácido úrico podem, sim, ter relação com o desenvolvimento de doenças, como o acidente cardiovascular.
A elevação da taxa de ácido úrico no sangue foi analisada por grandes estudiosos, justamente por apresentar relação pronunciada com risco cardiovascular (ou seja, quanto maior for o nível de ácido úrico, maior o risco de desenvolver doenças no coração).
Evidências apontam para riscos do ácido úrico em excesso
Ainda que não haja comprovação na relação entre a taxa de ácido úrico e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, as evidências apontam para os riscos do excesso da substância no organismo.
A University of British Columbia, por meio de seus pesquisadores, desenvolveu um estudo de caso com 60 mil mulheres acima dos 65 anos de idade e observou que, entre as pacientes que sofriam de gota (9.642 no total), o risco de infarto no miocárdio ao longo do período de estudo (sete anos) foi maior do que entre as 48.210 pessoas sem a doença. A incidência de ataque cardíaco foi quase 40% maior em mulheres com gota.
Outros sintomas do ácido úrico em excesso
A deposição dos cristais formados pelo excesso de ácido úrico, quando nas articulações, pode causar crises dolorosas de artrite aguda secundária, principalmente nos tornozelos, joelhos, dedos dos pés e calcanhares, além de comprometer a articulação de todo o corpo.
É possível que nem todas as pessoas com ácido úrico em excesso cheguem a desenvolver gota, mas a chance de sofrer com esse tipo de artrite é alta.
Nos rins, o alto nível de ácido úrico acaba formando cálculos renais, podendo levar à insuficiência renal aguda ou crônica.
Prevenção contra a hiperuricemia e tratamento
As pessoas que sofrem de hiperuricemia devem evitar, a todo custo, o estresse físico e a ingestão de alimentos ricos em purina (são eles: frutos do mar, carne vermelha, peixes e miúdos).
Por outro lado, há alimentos que incentivam a eliminação de ácido úrico pelo organismo e devem ser incluídos da dieta do paciente, como leite e seus derivados.
A alimentação da pessoa, em geral, deve ser saudável e garantir o controle do peso e do consumo de sal.
Medicamentos para hiperuricemia devem ser prescritos por um profissional
Quem sofre com o excesso de ácido úrico deve buscar auxilio de um especialista em cardiologia, assim poderá ser aconselhado a consumir alguns medicamentos para diminuir a produção de ácido úrico ou para estimular o corpo a excretá-lo.
Há pessoas que precisam ingerir os dois tipos de remédios, casos em que há tanto excesso de produção quanto dificuldade para eliminação da substância.